Venho de uma geração onde havia limite para tudo, mas o principal era o RESPEITO aos pais, aos mais velhos, aos professores e aos vizinhos. Foi uma geração que, com raras exceções, produziu homens e mulheres de verdade. Confiávamos nos adultos porque todos eram pais e mães de todas as crianças da rua, do bairro e da cidade.
Logo após a minha geração vieram outras gerações decididas a não repetirem com os filhos, a rigidez e os erros de seus progenitores, esquecendo que erro é uma coisa e rigidez e limite é outra completamente diferente. E com o esforço de abolir os abusos do passado, se tornaram os pais mais dedicados e compreensivos, voltados somente para o diálogo (palavra usada pelos psicólogos). Entretanto por outro lado, surgiram os pais mais bobos, idiotas, sem autoridade e inseguros que já houve na história da humanidade.
O mais grave é que essa geração esqueceu, que tendo em vista os meios de comunicações, estavam lidando com crianças mais “espertas” do que os pais, ousadas e mais “poderosas” que nunca! O que acontece é que numa tentativa de ser os pais que queriam ser, passaram de um extremo ao outro.
Assim faço parte da última geração de filhos que obedeceram e respeitaram os pais, crescendo sob a orientação deles. E esta que agora surgiu é a primeira geração que obedece e vive sob o julgo dos filhos. À medida que o permissível substituiu a autoridade dos pais, os termos das relações familiares mudaram de forma radical do bem para o mal.
Antes se considerava um bom pai aquele cujos filhos se comportavam bem, obedeciam normas, regras e tinham limites. E os bons filhos eram crianças formais que adoravam os pais. Entretanto à medida que as fronteiras hierárquicas entre os filhos foram se desvanecendo, hoje, os bons pais são aqueles que conseguem que os filhos os amem, ainda que pouco os respeitem, comprando-os através do consumismo exagerado, aceitando suas idéias e imposições. Para “paparicar” os filhos, muitas vezes, pais gastam mais do que podem e vivem endividados.
Lamentavelmente os papeis se inverteram. Agora são os pais que têm de agradar os seus filhos para “conquistá-los” e não o inverso do passado. Antigamente era raridade uma família ter filhos viciados em droga, hoje é uma raridade não ter filhos viciados em droga.
QUE DEUS SALVE NOSSAS CRIANÇAS!
Marco Herodiano Siqueira da Cunha – 01/MARÇO/2.010
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