Candidatos às eleições: 2.821 sem ensino médio
02.09.2014 01:25
BRASIL/BRASIL - Dos 24.501 candidatos que concorrem aos cargos de executivos e legislativos nas eleições de outubro próximo no Brasil, 2.821 pararam de estudar, no máximo, no ensino fundamental, o que representa 11,5% das candidaturas já cadastradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
No Brasil, nas eleições deste ano, dos 24.501 candidatos, 2.821 não fizeram ensino médio
Por ANTONIO CARLOS LACERDA
A maior parcela está concentrada nos que pararam de estudar após concluir a primeira etapa do ensino formal, o fundamental: 1.726 candidatos, ou 7,2% do total de candidaturas. Outros 803 candidatos, ou 3,3% do total, pararam enquanto estavam cursando o ensino fundamental e 249, ou 1% dos já cadastrados, apenas leem e escrevem.
A disputa pelo cargo de deputado estadual é a que apresenta relação de concorrentes com grau de instrução mais baixo. Ao todo, 2.041 dos 15.982 aspirantes a uma cadeira da câmara não chegaram ao ensino médio.
Do poder Legislativo, o ensino formal é o mais avançado para os candidatos do Senado, já que apenas seis, isto é, 3,39% dos candidatos estão com a escolaridade abaixo do ensino médio e 75,7% deles possuem graduação.
Em ensino superior completo, os candidatos do Senado só perdem para os do poder Executivo. Dos 11 que concorrem a presidência da República, nove possuem superior completo. Apenas um candidato não ingressou na universidade, Zé Maria (PSTU), embora sua vice, Cláudia Durans, tenha.
Como Durans, todos os possíveis vice-presidentes são graduados, bem como os que concorrem aos governos estaduais. Quanto aos aspirantes a vice-governadores, 2,9% dos candidatos não chegaram ao ensino médio, isto é, 5 de 170 candidatos, mas 72% possuem ensino superior completo, o que corresponde a 124 pessoas.
O Partido Republica Progressista (PRP) possui 40 filiados que apenas lêem e escrevem concorrendo a cargos desta eleição. É o partido com mais alto número nesta etapa de escolaridade, a quantia representa 16,1% do total.
Em seguida, está o Partido Trabalhista Nacional (PTN), com 21 candidatos que sabem ler e escrever mas não cursaram o ensino fundamental, quase empatado com o Partido Humanista da Solidariedade (PHS), com 20.
O Partido da República (PR), pelo qual Tiririca foi eleito deputado federal em 2010 e atualmente busca a reeleição, possui, além do palhaço, mais dois candidatos que só sabem ler e escrever, mas não possuem nenhum grau de instrução formal.
Quando o político foi eleito, a arena eleitoral foi tomada de uma polêmica sobre a legalidade de um representante analfabeto. O grau de instrução "lê e escreve" é o mínimo considerado para se assumir uma cadeira na esfera política eletiva.
O palhaço conseguiu assumir o cargo quando a Justiça Eleitoral de São Paulo julgou que basta um pequeno conhecimento de leitura e escrita para não se enquadrar na condição de analfabeto.
Após assumir, o candidato classificado na mais baixa escolaridade considerada pelo TSE foi indicado, por 186 profissionais que participaram do prêmio Congresso em foco 2012, como um dos melhores parlamentares do país.
ANTONIO CARLOS LACERDA é Correspondente Internacional do PRAVDA.RU
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