sábado, abril 23, 2011

Dívida externa do Brasil chega a R$ 407 bi.

A dívida externa total estimada do Brasil atingiu R$ 407 bilhões (US$ 235,365 bilhões) em agosto, superior ao valor registrado em junho, quando era de R$ 396,3 bilhões (US$ 228,594 bilhões). O dado referente a agosto é uma estimativa, enquanto os números atribuídos ao mês de junho estão fechados.

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O valor  está próximo da dívida do país nos anos 90, na época da crise, quando o Brasil devia mais de R$ 400 bilhões (US$ 240 bilhões). A dívida externa é a soma de todos os débitos do país, seja por financiamentos ou empréstimos feitos pelo governo com instituições estrangeiras públicas ou privadas.

O Brasil deve encerrar 2011 com um rombo recorde nas contas externas de R$ 102,60 bilhões (US$ 60 bilhões), contra a previsão anterior de R$ 83,79 bilhões (US$ 49 bilhões), segundo dados divulgados nesta terça-feira (21) pelo BC (Banco Central). O resultado irá equivaler a 2,78% do PIB (Produto Interno Bruto), ou seja, tudo que for produzido no país.

    As contas externas são um termômetro das relações comerciais do Brasil com o mundo, envolvendo o balanço de pagamentos (que inclui todos os gastos, como serviços e viagens internacionais, remessas aos exterior), reservas internacionais (quanto o Brasil tem de dólar guardado) e dívida externa (quanto o Brasil deve ao exterior).

    Em agosto, o Brasil registrou um saldo negativo nas transações correntes de R$ 4,7 bilhões (US$ 2,861 bilhões), um pouco acima do rombo de R$ 4,1 bilhões (US$ 2,4 bilhões) esperado por analistas. As transações correntes incluem as receitas de exportações, gastos com importação, pagamentos de juros da dívida externa e transferências de recursos.

    Historicamente o saldo sempre é negativo em razão da baixa capacidade de poupança, ou seja, de conseguir fechar todas as suas contas no azul. Para isso, o país sempre precisa buscar grana lá fora, ou seja, no exterior, por meio de financiamentos externos, títulos públicos e ações.

    Isso ocorre porque as multinacionais instaladas no Brasil tendem a remeter uma parcela dos lucros para as suas matrizes no exterior, em especial devido à crise financeira de 2008. Outros fatores estão relacionados com o crescimento do país, como os gastos dos turistas brasileiros no exterior - o que causa uma defasagem no saldo da balança de viagens.

    A falta de recursos da indústria nacional para suprir a demanda interna do país também ocasiona em um déficit (saldo negativo) na balança comercial, com as compras do exterior (importações) superiores às vendas (exportações).

    Os investimentos estrangeiros diretos devem crescer em 50% em 2011 e totalizar R$ 76,95 bilhões (US$ 45 bilhões), acima da projeção de R$ 51,30 bilhões (US$ 30 bilhões) para este ano, previu o BC.

    Os investimentos estrangeiros diretos no país somaram R$ 4,1 bilhões (US$ 2,428 bilhões) no mês passado e, no ano, estão em R$ 29,2 bilhões (US$ 17,130 bilhões).

Os gastos dos turistas brasileiros no exterior entre janeiro e agosto deste ano chegaram a R$ 16,9 bilhões (US$ 9,8 bilhões), 53% superior ao registrado no mesmo período do ano passado – quando as despesas foram de R$ 11,07 bilhões (US$ 6,4 bilhões).

    Somente no mês de agosto os gastos chegaram a R$ 2,2 bilhões (US$ 1,3 bilhão), recorde para o mês, abaixo somente do resultado histórico de julho, que ficou em R$ 2,6 bilhões (US$ 1,5 bilhão).

    As despesas de estrangeiros no Brasil ficaram em R$ 6,5 bilhões (US$ 3,867 bilhões) nos oito primeiros meses deste ano, enquanto no mesmo período do ano passado chegaram a R$ 5,9 bilhões (US$ 3,467 bilhões).

    No mês passado, os estrangeiros deixaram no país R$ 845,9 milhões (US$ 489 milhões).

    Devido ao aumento das despesas de brasileiros no exterior -  superior às receitas deixadas por estrangeiros no Brasil -, o BC revisou a projeção de saldo negativo na conta de viagens de R$ 13,68 bilhões (US$ 8 bilhões) para R$ 17 bilhões (US$ 10 bilhões). Para 2011, a previsão é de que o déficit chegue a R$ 19,6 bilhões (US$ 11,5 bilhões), o maior valor desde 1947.

Segundo o Banco Central, a dívida de médio e longo prazos - para investimentos em obras de infraestrutura, por exemplo -  atingiu R$ 325 bilhões (US$ 187,949 bilhões) em agosto, na comparação com os R$ 316 bilhões (US$ 182,724 bilhões) registrados em junho. Já a dívida de curto prazo - usada para financiamentos rápidos -  subiu de R$ 79,2 bilhões (US$ 45,869 bilhões) em junho para R$ 82 bilhões (US$ 47,416 bilhões) em agosto.

O BC também informou que a taxa de rolagem de empréstimos de médio e longo prazos ficou em 232% em agosto, superior ao visto em igual mês do ano passado, quando havia ficado em 220%.

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