quinta-feira, junho 11, 2009

Brasil: Quem vende a madeira ilegal?


Reportagem publicada pela revista do Observatório Social mostra como funciona a exportação de madeira oriunda de áreas desmatadas. Funcionários públicos corruptos e grandes empresas de exportação estão envolvidas no esquema. Gigantes do setor, sediadas nos Estados Unidos, Ásia e Europa, compram a madeira da devastação.



Gigantes internacionais dos ramos de beneficiamento e de comercialização de madeira estão ligados a um esquema milionário que transforma madeira retirada ilegalmente da Floresta Amazônica em produtos legalizados. Entre os envolvidos estão órgãos ambientais e grandes exportadoras.

A madeira é vendida para as maiores cadeias de vendas de pisos e móveis nos Estados Unidos, Europa e Ásia, muitas delas detentoras de selos de certificação de madeira. A reportagem completa está na próxima edição da revista do Observatório Social, que será lançada no próximo dia 10, em São Paulo. A revista vai revelar quais são as empresas envolvidas, tanto no Brasil quanto no exterior.

Segundo a revista, de 70% de toda a madeira comercializada no estado do Pará, maior vendedor de madeira amazônica no Brasil, tem origem ilegal. Essa madeira passa por um processo de “esquentamento” que funciona dentro de órgãos do governo.

Autoridades do Ministério Público Federal e do Ibama confirmam o esquema e apontam o envolvimento da Secretaria Estadual do Meio Ambiente.

Ao lado de empresas fantasmas, de empresas que devem milhões em multas ambientais e de empresários que respondem por falsidade ideológica e escravidão de trabalhadores, grupos internacionais se beneficiam com o esquema. Entre os maiores, a dinamarquesa DLH Nordisk, o grupo europeu Kingfisher, das marcas Castorama e Brico Dépôt, e a norte-americana Lumber Liquidators, do milionário Tom Sullivan, patrocinador de programas como Dream Home, do canal Home and Garden Television, e Extreme Makeover: Home Edition, do canal People+Arts.

A revista também vai mostrar como funciona o mercado interno ligado à destruição da Amazônia, revelando quais empresas dos setores de madeira, carne e grãos tem vinculação ou estão implicadas na compra de produtos oriundos de empresas com problemas ambientais ou envolvidas em trabalho escravo. Dentre as organizações, gigantes como Tramontina, ADM, Marfrig, Quatro Marcos e Metalsider.

A apuração, que demorou nove meses, foi realizada por jornalistas do Observatório Social, da ONG Repórter Brasil e da Papel Social Comunicação. Essa pesquisa foi uma iniciativa do Fórum Amazônia Sustentável, do Movimento Nossa São Paulo e do Observatório Social.

Serviço Lançamento de Observatório Social em Revista, edição 15

Data: 10 de junho de 2009

Horário: 10h

Local: Auditório da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf). Rua Libero Badaró, 158. Centro. São Paulo

Mais informações

Paola Bello, Editora-assistente: paola@os.org.br

Marques Casara, Editor: marques@os.org.br

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