sábado, junho 16, 2012

A Petrobrás e o apocalipse

A Petrobrás e o apocalipse

Como será o fim do mundo? O perigo vem do fundo do mar.

A Petrobrás dá medo. Essa empresa pode transformar o oceano Atlântico numa gigantesca poça de óleo. O Apocalipse talvez não venha a resultar da radiação nuclear de explosões atômicas numa guerra mundial (por petróleo, diga-se de passagem). Antes, decorrerá possivelmente de um vazamento de petróleo "das maiores reservas descobertas nos últimos trinta anos".

O desastre está a caminho. Já aconteceu uma coisa terrível no subsolo do Atlântico Sul. Ali o chão do planeta foi rachado e das entranhas da Terra escapou o óleo. Talvez escape ainda. Quem pode garantir que não? Os acionistas da Petrobrás? Os acionistas da BP? Que crédito mereceriam os colonialistas-saqueadores de olhos azuis?

De qualquer forma, algo tenebroso já nos afeta a todos. Houve uma mudança na forma como a vida é preservada no planeta, o equilíbrio vital foi rompido. Antes do desastre da BP no saque do pré-sal, as condições físicas do planeta que sustentam a humanidade pareciam eternamente estáveis. As ameaças maiores só podiam vir de longe, do espaço infinito, por exemplo, na velocidade de um gigantesco meteoro. Agora, não. Nós ainda invejaremos o fim que tiveram os dinossauros. Eles desapareceram sem culpa. Irracionais, não puderam usar a razão contra si mesmos.

Tudo mudou. O nosso fim pode decorrer de algo banal, de  grande investimento de grande empresa em "seus" negócios, a bem de seus acionistas ávidos de ganho incondicional. Se a humanidade perde, pouco se lhes dá. Eles só querem sugar petróleo, sugar o sangue negro da Terra. Mergulhando no escuro abismo das águas no caminho para o maior lucro, a Petrobrás arrisca-se a encontrar a morte no subsolo marinho. E afundará a humanidade com ela.

Ali, se a Terra sangrar mais do podem sugar os sanguessugas, ninguém poderá deter a hemorragia negra. Será o nosso fim. Só o tempo separa-nos da tragédia anunciada. O desastre "menor" já aconteceu. Terá sido só o "aperitivo" do prato principal e bem mais horrivelmente sujo e tóxico vindo a seguir.

De qualquer forma, eu dizia, o mal já se realizou. Poucos dão-se conta disso. A natureza mantinha-nos vivos, talvez o próprio Deus pessoalmente assegurasse a vida em nosso pequeno e frágil mundo. Doravante, entretanto, a vida na Terra passa a depender dos acionistas da Petrobrás. Do dinário deles dependerá o que poderá a Petrobrás fazer para adiar o grande desastre. Preservar o equilíbrio ecológico planetário restou pendente do portfólio de investimentos da Petrobrás. Não é incrível?

Sim, porque à Petrobrás custará caro fazer o que antes Deus fazia. Deus encerrou todo o petróleo do Atlântico Sul bem fundo na terra, deixou-o ali blindado por muitas camadas geológicas, até que... Até que a empresa dos mais antigos, tradicionais e fingidos imperialistas do mundo, os usurpadores das Malvinas, estenderam sua mão saqueadora ao subsolo marinho de nosso mar territorial para ali abrir o poço de Pandora.

Agora, então, depois de muito suspense, reconheço, quero  seja percebido isso em que consiste o desastre da BP-Petrobrás. (Peço perdão ao leitor que tem mais o que fazer, mas o fim do mundo exige alguma solenidade na sua proclamação.)

Na verdade, são dois desastres: o vazamento é um desastre; mas também a possibilidade de vazamento é  outro desastre. A simples possibilidade de vazamento de que Deus (?) havia nos protegido passou a existir como perigo iminente. Fino cabo de aço mantém suspensa sobre nossas cabeças uma pesadíssima sonda da Petrobrás.

Em consequência disso, sete bilhões de pessoas agora têm suas condições geofísicas de existência na dependência dos serviços de manutenção da Petrobrás. Sei que os engenhistas da Petrobrás são altamente competentes, como lembra Saul Leblon. São confiáveis os seus "quadros de alto nível", sua "capacidade de gestão", sua "capacidade de planejamento"... Ocorre que nem Hércules poderia consolidar o piso fraturado do nosso planeta. Só a gestão de Deus seria capaz de cicatrizar a ferida aberta no seio da Terra.

Estará a Petrobrás à altura do Altíssimo? Os petrolistas mostrar-se-ão capazes de fazer as vezes do Todo-poderoso? A dúvida quanto à resposta identifica-se à própria incerteza da continuidade da vida humana na Terra.

Uma coisa, entretanto, não padece nenhuma dúvida: a Petrobrás já mostrou que pode fazer o que o diabo faz.

Leia mais em: http://www.webartigos.com/artigos/a-petrobras-e-o-apocalipse/90943/#ixzz1xzb7Bs71

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